domingo, 28 de novembro de 2010

Eu achei...

Eu achei que pudéssemos ser um só, pensei que nossas cores poderiam se misturar, pensei que nossos sonhos poderiam se unir e formar uma ponte até o real, pensei que nossas vozes fossem fortes o suficiente para nos manter aquecidos. Eu pensei que nosso sentimento fosse grande o suficiente para nos manter em pé e inteiros, vivos e extasiados. Mas passou.
Amanheceu, o galho da árvore estralou antes de cair, minhas lágrimas ainda escapavam discretamente enquanto meu olhar estava direcionado ao lado de fora de mim, de você, de eu e você, de nós dois quando éramos nós.
Chovia lembranças inteiras, chovia dor pela metade, chovia arrependimento acompanhado de trovões. Eu só deixei que os sentimentos fossem caminhando desengonçados, acabou que além de deixá-los caminhando à vontade, deixei que a quem eles pertenciam também fosse. E foi. Tento entender porque só enxerguei o que deveria ser enxergado depois que passou.
Tomamos rumos totalmente diferentes, mas ainda ontem choramos e lamentamos pelos caminhos que nos distanciou, lamentamos o modo como deixamos que nosso relacionamento acabasse, lamentamos o modo como nos gostamos, mas que não nos permitimos gostar. Os lamentos foram confusos. As promessas ontem caíram, a raiva subiu, mas ele não teve culpa. Eu tive culpa. E agora como culpada, ficarei assistindo a ida dele na chuva e segurando um adeus que eu insisto em não dar.

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