quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Noticias

Hoje tive noticias suas.
Me disseram que você está apático,queimado de sol,magro,cabelos sem vida,triste.
O que "Eles" fizeram com você?!
Será que na hora do desespero eu ao invés de chorar,deveria ter te protegido?
Será que deveria ter te abraçado e não largado mais?
Será que deveria ter colocado pra fora toda a minha raiva e ter explodido pra ter você ao meu lado hoje?!
Isso infelizmente nunca vou saber.
Hoje eu sigo,olhando sempre pra trás.
Para ver se você me alcança.


Hoje tive noticias suas...

domingo, 28 de novembro de 2010

Um sentimento

É... Às vezes, mas só às vezes, eu posso dizer que sinto um pouco de saudade, mas é só um pouco. Vale ressaltar que a ida e a vinda existiram, mas não funcionaram como uma máquina nova, porque era como se usássemos a semi-nova. Não foi por falta de investimento numa coisa melhor, não foi falta de insistência, não foi por falta de vontade que as coisas dessem certo, mas digo também que não faltou imprudências, disso eu não tenho culpa e você sabe muito bem. Eu fico aqui lembrando enquanto faço fumaça na varanda de casa, do seu corpo, de você, da gente, de você dentro de mim, de eu dentro da tua alma, do teu ser, do infinito que nos cercava. Mas quem diria que o infinito chegaria a um fim? Não vou perder minha vida com lástimas a procura do culpado, talvez ele nem exista, ou talvez esteja bem escondido dentro de mim ou de você. Ah, meu bem, eu lembro de tanta coisa quando às vezes fico com saudade, e o pior é que a dose de álcool pode ser mínima ou máxima, eu não vou conseguir esquecer.

Não vou esquecer dos pesares que lhe pertencem, não vou esquecer das músicas que nos pertencem, o mais incrível é que tanto tempo passou e ainda nos vejo como um “nós”.
Talvez a solidão que você deixou me acompanhe me dando essa impressão de estar vivendo a dois, e eu vou me deixar guiar até que você volte e eu não precise de um outro guia. Quero deixar claro uma questão: se você não voltar, eu não vou sentir nada, nadinha, porque afinal, eu só sinto saudade às vezes. Não vou negar que nesses momentos eu sinto como se me arrancassem tudo de dentro, um tudo que nem sabia que existia, e aí se vão vísceras, vão-se líquidos, vão-se sentimentos, acaba tudo indo, tudo indo, mas as memórias ficando, e a saudade mesmo que sentida às vezes, ainda permanece doendo, tomando de conta de um lugar que nem é dela.
Não quero que pense que estou tentando ser insensível, mas é porque eu sou insensível, às vezes também só deixo que transpareça um pouco que posso ter sentimentos, posso demonstrar um pouco que também posso sentir, só quero mostrar ao mundo que eu também consigo tudo o que ele consegue. Sabe, quando me vem um arrepio, uma vontade desvairada de gritar e quando começo a suar, eu lembro de você. Não lembro de você por você ter me feito beber muito, chorar muito, crescer, fumar demais, mas lembro de você porque você me provocou o efeito de vazio. Hoje eu ainda não consigo explicar esse efeito, e o incrível é que eu ainda sinto, e essa coisa me parece tão viva, tão viva, que só dormindo pra alma acalmar e esquecer da existência dela, para que no outro dia, a coisa viva e novamente recomece seu ciclo de perturbações.
Ah, meu amor, ainda hoje vejo tudo a céu aberto, noites claras, flores belas, nossos segredos caminhando pela rua e segurando uma garrafa de rum. Diga-me se não dá saudade?
Ainda bem que essa saudade eu só sinto às vezes..

Eu achei...

Eu achei que pudéssemos ser um só, pensei que nossas cores poderiam se misturar, pensei que nossos sonhos poderiam se unir e formar uma ponte até o real, pensei que nossas vozes fossem fortes o suficiente para nos manter aquecidos. Eu pensei que nosso sentimento fosse grande o suficiente para nos manter em pé e inteiros, vivos e extasiados. Mas passou.
Amanheceu, o galho da árvore estralou antes de cair, minhas lágrimas ainda escapavam discretamente enquanto meu olhar estava direcionado ao lado de fora de mim, de você, de eu e você, de nós dois quando éramos nós.
Chovia lembranças inteiras, chovia dor pela metade, chovia arrependimento acompanhado de trovões. Eu só deixei que os sentimentos fossem caminhando desengonçados, acabou que além de deixá-los caminhando à vontade, deixei que a quem eles pertenciam também fosse. E foi. Tento entender porque só enxerguei o que deveria ser enxergado depois que passou.
Tomamos rumos totalmente diferentes, mas ainda ontem choramos e lamentamos pelos caminhos que nos distanciou, lamentamos o modo como deixamos que nosso relacionamento acabasse, lamentamos o modo como nos gostamos, mas que não nos permitimos gostar. Os lamentos foram confusos. As promessas ontem caíram, a raiva subiu, mas ele não teve culpa. Eu tive culpa. E agora como culpada, ficarei assistindo a ida dele na chuva e segurando um adeus que eu insisto em não dar.

Carta ao amor..

Carta ao amor.


Antes de tudo gostaria de me desculpar de modo coerente por ter lhe perdido e por tê-lo mandando embora naquela tarde de sexta-feira. Sentir demais naqueles tempos estava me dando dores de cabeça brutais. Eu estava com medo e não sabia lidar com o fato de tê-lo por perto, e além do mais a culpa também foi sua. Por que você sempre tem que chegar com aparições chamativas, assustadoras? Não sabe que isso nos provoca sensações e desperta sentimentos que antes nunca foram sentidos? Tudo bem, querido amor, isso eu acredito já ter superado, é, aquele medo, o mesmo medo que me fez fechar a porta na sua cara e só depois de ter passado meses sozinha comecei a considerar o fato de que você poderia ser inofensivo. É por isso que venho humildemente lhe escrever esta carta que por si só já está ultrapassando meus princípios afetivos comigo mesma, para dizer que nunca senti tanta falta de uma coisa que conheci por tão pouco tempo. Amor, volta pra mim. Sob este pedido, venho lhe dizer que não chorarei nas madrugadas querendo me esconder de você, nem gritarei com as paredes, prometo não evitar mais comer chocolate por ter medo de ficar deprimida e o querendo novamente, nem recusarei suas ligações. Amor, se você voltar pra mim, eu prometo, juro que prometo fazer seu café da manhã nos invernos mais longos e nos verões mais intensos, lavo suas roupas e engomo com prazer, sorridente o farei e ainda pensarei que é uma sorte tê-lo novamente. Eu sei que você deve estar se perguntando porquê eu não me dei conta de tudo isso anteriormente, mas eu só quero que entenda que tem quadros que não podem ser adiados e o meu não podia ser. Já imaginou se tudo isso não tivesse acontecido? Eu ainda o olharia de modo repugnante e pejorativo, porque é claro, muitas pessoas fazem uso do teu nome para banalizar, e sim, eu te via banal, para mim aquela frase “ É que o amor é tão carnal”, se fazia tão viva e verdadeira, e eu não conseguia acreditar em você, não conseguia acreditar que você fosse diferente. Amor, desculpe-me por ter feito julgamentos desnecessários e pesados que exigiam de você paciência, desculpe-me por ter sido tão tola e por tê-lo mandando embora daquela forma. Depois eu fiquei pensando no que aconteceria se você tivesse pegado uma chuva no meio do caminho para o seu futuro incerto. Pensei nas pedras que você andaria chutando e passei noites acordada me perguntando se as chutava com ódio de mim. Pensei no que aconteceria se pegasse um resfriado ou se pegasse alguma outra doença, pensei que se você não se recuperasse de tudo isso, eu nunca mais me perdoaria. Depois que tudo passou, eu precisava descobrir onde você estava, onde você residia, precisava dizer tudo o que estou lhe dizendo por meio desta carta. Fiquei com medo de que pudesse ter desaparecido totalmente da face da terra, fiquei com medo de ter me abandonado inteiramente. Hoje eu estou feliz por ver que isso não aconteceu e que você continua vivo apesar de tantas patadas que levou de mim ou de qualquer outra pessoa. Você não sabe o quanto eu ansiava loucamente por uma de suas ligações, não sabe o quanto eu não conseguia mais comer nada por não saber se você estava passando fome, e em todo esse tempo, amor, eu só consegui pensar no fato se você estava vivo ou não, e pensar que não me doía na alma, doía em uma coisa dentro de mim que eu não sabia dizer onde era, eu só sabia que doía exageradamente. A saudade aos poucos se tornou tão insuportável que eu chamava por teu nome, tinha delírios e febre emocionais, passava o dia tomando calmantes e antidepressivos, e o tempo inteiro eu não esquecia das minhas doses diárias de culpa. Eu tive toda culpa de estar como estava, foi uma opção por não ter acreditado em você quando você pediu, e eu te entendi, eu tive culpa de você ter ficado com raiva e nunca mais ter dado sinal de vida, mesmo quando eu desejava isso loucamente. Amor, eu confesso que lembrar do teu cheiro, lembrar das tuas vindas ao meu apartamento, lembrar do nosso calor, dos teus beijos e dos teus abraços me faziam entrar em transe, ficar em êxtase, morrer de sede e de prazer. E eu adorava lembrar de você nas minhas tardes de verão que mais pareciam de inverno.
Lembra quando fizemos aquela viagem? Eu olhava pra você tão terna e medrosa ao mesmo tempo, você sorria pra mim e me encorajava com seu olhar penetrante e envolvente, eu nunca pude te dizer o quanto gostei daquela viagem.
Amor, se quiser me dar uma chance, se me quiser novamente sua, eu prometo que as coisas dessa vez funcionarão de maneira diferente, prometo que eu jamais te deixarei ir novamente.
Eu só sinto que ainda preciso de você, sempre vou precisar, é um fato que eu não vou poder mais ignorar por muito tempo.
Eu só espero que volte pra mim...

Eu te amo, querido amor.

Atenciosamente: Quem perdeu o amor.Eu